quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Trabalho social-evangelístico com deficientes

Léia Costa e Kasuko no Aniversário da FCD Parelheiros 

                                      





Antônia Costa Pereira
Uma das fundadoras do grupo


Com grande alegria e satisfação no coração, conheci um trabalho que me emocionou muito e me fez sentir orgulho de minha mãe, Léia Costa. Foi há algumas semanas quando estive em São Paulo que pude visitar um trabalho da FCD brasileira, especificadamente o núcleo de Parelheiros. A FCD – Fraternidade Cristã de Pessoas com Deficiência – desenvolve trabalhos em grupos com portadores de diversas deficiências, trazendo a essas pessoas o resgate de sua cidadania, alegria de viver e orgulho de si mesmas. É um trabalho desenvolvido em cima da mensagem do evangelho de Cristo, pregado e vivido pelos fraternistas entre si. O trabalho desenvolve-se em reuniões onde eles executam trabalhos manuais, cantam, trocam experiências, se divertem, passeiam e compartilham da Palavra.

Quando disse que esse trabalho me fez sentir orgulho de minha mãe, foi por que ela é uma das fraternistas líderes desse projeto. Foi com a chegada dela em 2005, no núcleo de Santo Amaro, que foi conquistando a amizade de todos e formando assim uma boa convivência. Com o passar do tempo foi sentida a necessidade de formar um grupo também em Parelheiros, devido a distância e o número de pessoas, o que dificultava o transporte dos fraternistas até o núcleo de Santo Amaro. Em 18 de outubro de 2008, na residência da fraternista Antônia Costa Pereira, nasceu o grupo de Parelheiros com a participação do núcleo de Santo Amaro nas pessoas de Eliane, Rosária, André e Kasuko.
A partir do dia 10 de dezembro do mesmo ano, o grupo começou a reunir-se, mensalmente, na Paróquia São Crsitóvão, contando no momento com 23 fraternistas e 12 colaboradores.
Todos os fraternistas disseram que foram convidados a participar do grupo por amigos, e também por Léia, salientando que foi um amor a primeira vista ao grupo da FCD, e o trabalho por ela desenvolvido. Ali eles estão em busca de convivência, amizade, carinho, companheirismo, alegria, aprender a viver com pessoas com deficiência, ajudar ao próximo, união e amor fraterno.
Durante nossa conversa Léia me disse algo que me deixou triste e pensativo, me falou que a maioria dessas pessoas estavam em casa escondidas, deixadas de lado, sem amigos e alegria. Refleti sobre a tristeza de pertencer a um grupo de pessoas que é minoria dentro de uma sociedade egoísta como a nossa, que discrimina o deficiente, não o respeita em seus direitos, e não os enxergam, pois muitos são como fantasmas dentre de suas casas, ruas e bairros.
Me fez também pensar sobre a missão da IGREJA DE CRISTO, talvez alguns leitores tenham percebido que a reunião mensal da FCD – Parelheiros, é realizada mensalmente em uma Igreja Católica, afinal a FCD é ecumênica. Talvez alguém possa criticar minha mãe por ser cristã protestante (evangélica) e se envolver em atividade ecumênica, mas nunca irei questionar a fé dela, pois sei dos muitos anos dedicados a Igrejas Batistas que pertencemos nesses anos, nos trabalhos com crianças, APEC, adolescentes, corais, peças e tudo o que os batistas conhecem bem. Também não vou questioná-la quando conheço sua história de organização e ajuda a grupos na periferia, onde o poder público não vai, mas ela sempre foi lutando por melhores condições de vida para os moradores de áreas não assistidas, e com as crianças e adolescentes como conselheira tutelar.
É uma pena que algumas dessas igrejas a que pertencemos não entenderam seu trabalho social e por preconceito nunca a apoiou, mas se hoje encontra apoio de uma igreja evangélica ou de uma paróquia, pouco lhe importa, o que realmente lhe interessa é trabalhar pela causa dos grupos menos assistidos e anunciar que a salvação está unicamente em Jesus Cristo, revelado pela Palavra de Deus. E não apenas falar ou pregar sobre esse amor de Deus, mas amar com esse amor.

Por isso dou toda a glória para Deus pela vida de minha mãe, Léia Costa.

Mas que possamos refletir. O que estamos fazendo como verdadeiros cristãos através de nossa igreja em nossa comunidade? Será que a sociedade jaguaquarense assisti de forma digna grupos como os de deficientes, idosos, moradores de rua, crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social, e outros grupos? Será que ficaremos apenas esperando pelo poder público (governos e prefeitura), ou nos organizaremos como sociedade civil, com projetos e ong's destinadas a esses fins? Quanto dinheiro nós como "evangélicos" gastamos com festas, congressos megalomaníacos, shows  e tantas outras coisas, quando poderíamos usar do mesmo dinheiro para projetos sociais em nossas igrejas?

Claudio Braga
Sola Gratia    


Um comentário:

  1. Olá Claudio... fiquei muito feliz em conhecer por meio do seu post o FCD.
    Sou fonoaudióloga e seminarista batista, trabalho no Ministério com Especiais da PIB Curitiba, aqui desenvolvemos ministério com surdos, cegos, cadeirantes e deficientes intelectuais, cada um de acordo com a sua necessidade e na maneira que lhes possam ser alcançada a mensagem de Cristo.
    Creio que sou um pequeno grão nesta obra grandiosa que Deus quer fazer na vida destes, cujo a sociedade excluí, porém Cristo não os esqueceu em nenhum momento.
    Deus abençoe a sua mãe que se envolveu neste projeto, e que haja um despertar na igreja a qual ela congrega para que se inicie trabalhos como o FCD.

    Daniele Gotardo Veloso.

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