quinta-feira, 30 de agosto de 2012

João Alexandre


              
                                            LEMBRANÇAS DE MINHA INFÂNCIA!!

Um bom ministro de Cristo

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Por Alan Renê Alexandrino
“Expondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Cristo Jesus, alimentado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido” (1Timóteo 4.6).
Certa feita tive a honra de participar de um culto em ações de graças pela jubilação de um fiel ministro de Cristo. De fato, o pastor em questão é um fiel servo de Deus, um homem zeloso pela Palavra. Na ocasião várias pessoas receberam a oportunidade para testemunhar algo do pastor jubilado. Um deles afirmou que algo que chamou a sua atenção, foi o fato de nunca ter encontrado uma pessoa sequer para expressar alguma queixa contra o pastor. De acordo com a testemunha, isso mostrava que aquele ministro era, verdadeiramente, um bom pastor.

Pressuposto errado

Creio, de coração, que a testemunha partiu de um pressuposto completamente errado. Repito: o pastor em questão é um fiel ministro e alguém que deve ser admirado. O que questiono é: O fato de não ter aparecido ninguém para se queixar é prova da fidelidade ministerial de alguém? Se é assim, então, o que podemos dizer das palavras do apóstolo Paulo a Timóteo: “Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2Timóteo 3.12)? O que dizer, então, da afirmação de Jesus Cristo, em Mateus 5.11: “Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós”? E João 16.1-3: “Tenho-vos dito estas coisas para que não vos escandalizeis. Eles vos expulsarão das sinagogas; mas vem a hora em que todo o que vos matar julgará com isso tributar culto a Deus. Isto farão porque não conhecem o Pai, nem a mim”? O que dizer ainda do apóstolo Paulo e as “queixas” de muitos coríntios contra ele? A História da Igreja também é recheada de situações nas quais pastores foram alvo de grande insatisfação: Calvino em Genebra (1538) e Jonathan Edwards em Northampton (1750). Será que alguém ousaria dizer que esses dois gigantes da fé cristã foram maus pastores? Creio que não!
Jesus Cristo, no seu Sermão do Monte conforme registrado pelo evangelista Lucas, afirmou algo que vai diametralmente contra o pensamento da testemunha supracitada: “Ai de vós, quando todos vos louvarem! Porque assim procederam seus pais com os falsos profetas” (6.26). Agradar a todas as pessoas não é a marca de um ministério bem-sucedido! Labora em erro aquele que parte do pressuposto de que a ausência de queixas e mágoas implica em bom ministério pastoral. O oposto é verdade. Com muita frequência, um bom ministro de Cristo desperta queixas, insatisfação e mágoa. No caso do pastor jubilado, com toda certeza ele despertou mágoas por defender a verdade; foi alvo de queixas por não se dobrar diante de hábitos pecaminosos de algumas de suas ovelhas; gerou insatisfação por manter a sua consciência cativa à Sagrada Escritura. É de se esperar que, por obra da graça de Deus, algumas das pessoas que se magoaram com ele no passado, tenham reconhecido que o pastor estava sendo fiel a Deus e, por isso, em depoimento reconheçam suas virtudes.

Para ser um bom pastor, é preciso...

Então, qual o parâmetro para se determinar quem é um bom ministro de Cristo? O que torna um pastor digno da alcunha de “servo bom e fiel”? A passagem de 1Timóteo 4.6 é muito interessante nesse sentido: “Expondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Cristo Jesus, alimentado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido”. O que tornaria Timóteo um bom pastor, alimentado com as Sagradas Escrituras e a boa doutrina? Timóteo deveria expor “estas coisas”. Que coisas? As mencionadas nos versículos anteriores (vv. 1-5):
Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência, que proíbem o casamento e exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade; pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável, porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificado.
O caminho para se tornar um bom pastor deve passar pela fiel exposição daquilo que o Senhor revelou nas Sagradas Escrituras. No caso de Timóteo, ele seria um bom ministro de Cristo, alimentado com as palavras da fé e da boa doutrina que tinha seguido à medida que ensinasse a doutrina apostólica à igreja. O comentário de William Hendriksen é muito interessante: “‘Um ministro excelente’ é alguém que, com amorável devoção à sua tarefa, ao seu povo e, acima de tudo, ao seu Deus, adverte contra a apostasia da verdade, e mostra como se deve tratar o erro. Tal homem realmente representa (e pertence a) Cristo Jesus”[1].

O que se requer é fidelidade

Em 1Coríntios 4.2, Paulo faz outra afirmação importante a respeito da natureza do ministério pastoral: “Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel”. Essa palavra de reveste de uma importância imensurável em uma época como a nossa. O Pr. Augustus Nicodemus chama a atenção para o fato de que, “em todo lugar, os pastores que querem seguir um modelo bíblico de ministério estão enfrentando questionamentos dos membros de suas igrejas, que tomaram como padrão e referencial de pastorado bem-sucedido” modelos antibíblicos[2]. Esse era exatamente o problema enfrentado por Paulo diante da igreja de Corinto, que fora plantada por ele.
O texto de 1Coríntios 4.2 nos ensina acerca do que o Senhor espera e exige dos seus ministros. Cada pregador, cada pastor, como mordomo da revelação de Jesus Cristo, deve ser encontrado pistós, ou seja, fiel. Isso significa “pregar, ensinar e expor os mistérios de Deus da maneira que Deus os revelou e determinou que fossem transmitidos”[3]. Lembremos que, a função dos apóstolos era a de se consagrarem à oração e ao ministério da Palavra (Atos 6.4). Hoje não existem mais apóstolos, de maneira que o encargo da pregação da Palavra e a responsabilidade da consagração na oração passou aos pastores, como deduzimos da ordem de Paulo a Timóteo: “Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina” (2 Timóteo 4.2). Sendo assim, um bom pastor deve ser fiel no cumprimento da sua principal função, que é a pregação, e, ao pregar, deve ser fiel na transmissão exata daquilo que o Senhor revelou nas Sagradas Escrituras, nem mais nem menos.
Ainda de acordo com o Pr. Augustus Nicodemus, se há algo que pastores fiéis não fazem é falsificar, adulterar e diluir a Palavra, para poderem ganhar adeptos e admiradores[4]. Esse era o desejo de Paulo. Ele queria ser fiel, pois sabia que era isso que o Senhor exigia dele. Pouco importava para Paulo o sucesso externo. Pouco importava se as pessoas o amariam. Ele queria apenas receber louvor da parte do Senhor. Ele desejava apenas “ser encontrado fiel”. Esse “ser encontrado” aponta para o dia do juízo, “quando Deus haverá de julgar as intenções e motivos do coração e aferir a fidelidade dos obreiros”[5].
Diferentemente dos coríntios, a única coisa que o Senhor exigia de Paulo era fidelidade. Pensando nisso, quais são as exigências que muitas vezes são feitas aos pastores? O que é exigido da parte da igreja está em harmonia com aquilo que é exigido pelo Senhor Deus? Como devemos avaliar um obreiro? Por não encontrar ninguém que se queixe dele? Pela dureza? Por não passarem a mão na cabeça daqueles que estão em erro? Pelo número de visitas? Ou por aquilo que Deus espera e exige deles? Pela fidelidade? Por buscarem a glória de Deus? Por insistirem em que abandonem seus pecados? Resta-nos aguardar o dia do julgamento e o resultado da avaliação divina.
Queira o Senhor que nossas igrejas compreendam essa verdade e, assim, julguem os seus pastores pelos parâmetros estabelecidos pelo próprio Deus em Sua Palavra inerrante, inspirada e autoritativa.
Encerro com a oração de um puritano do século 17. Faço dela a minha sincera oração ao Senhor:
Ó MEU SENHOR,
Que meu ministério não tenha somente a aprovação dos homens,
ou meramente conquiste a estima e as afeições das pessoas;

Mas opera a obra da graça em seus corações,

chama os teus eleitos,

sela e edifica os regenerados,

e envia bênçãos espirituais sobre suas almas.

Salva-me de presumir que sou muito e de buscar fazer a minha vontade;

Rega os corações daqueles que ouvem a tua Palavra,

que aquilo que é semeado em fraqueza possa germinar em poder;

Faz com que, enquanto aqui, tanto eu quanto aquele que me ouvem

vejamos a ti na luz especial da fé,

e, depois daqui, na chama da glória infinita;

Torna cada sermão meu um meio de graça para mim mesmo,

e ajuda-me a experimentar o poder de teu amor agonizante,

pois teu sangue é bálsamo,

tua presença é felicidade,

teu sorriso é o céu,

tua cruz é o lugar onde verdade e misericórdia se encontram.

Considera as dúvidas e desencorajamentos de meu ministério

e livra-me de considerar-me importante;

Suplico perdão pelos meus muitos pecados, omissões, infirmezas,

como homem, como ministro;

Envia tuas bênçãos sobre meu trabalho fraco e indigno,

e sobre a mensagem da salvação entregue;

Esteja com teu povo,

e que tua presença possa ser a porção deles e a minha.

Na pregação, que minhas palavras não sejam meramente elegantes e educadas,

meu raciocínio polido e refinado,

meu desempenho não seja débil e sem tato,

mas que eu possa exaltar a ti e humilhar os pecadores.

Ó Senhor de poder e graça,

todos os corações estão em tuas mãos, os acontecimentos à teu dispor,

imprime o selo da tua toda-poderosa vontade sobre meu ministério.[6]
SOLI DEO GLORIA

Como Mudar sua Igreja

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Por Mark Dever
Pastores sempre me perguntam: "Como fazer para que minha igreja mude?" Muitos ministros têm alienado suas igrejas na tentativa de promover mudança, a tal ponto de alguns serem afastados do ministério.

Mesmo assim, como pastores, temos de levar nossas igrejas a mudanças, muito embora isto seja difícil. Aqui estão algumas sugestões sobre como promover mudança: ensinar, permanecer e amar.

Ensine a mudar

Primeiro, as ideias a serem aplicadas em nossas igrejas deveriam vir das Escrituras. Isso faz do púlpito a ferramenta mais poderosa para mudar uma igreja. A pregação expositiva constante é um meio que o Espírito Santo normalmente usa para falar aos corações humanos.

Ore para que através de sua pregação, Deus venha a ensinar a igreja como ela precisa mudar. É impressionante a frequência com que nós, pastores, queremos consertar os problemas, antes de termos tempo para explicá-los!

Muitos pastores tentam forçar a mudança em suas igrejas - quase sempre defendendo tais medidas como atribuição da liderança - quando deveriam informar a igreja a respeito da mudança pretendida. Irmãos, devemos alimentar o rebanho confiado ao nosso cuidado e não bater nele. Ensinem o rebanho.

Mesmo que a mudança que você vislumbra seja correta, ainda há a questão de o tempo ser ou não adequado. Ser correto não é uma licença para uma ação imediata, o que me leva ao segundo ponto.

Permaneça para mudar


A ideia de se comprometer com um lugar está desaparecendo, tanto no local de trabalho quanto no lar. O modelo para as gerações mais jovens não é como uma escada corporativa pré-fabricada, com passos cuidadosamente limitados, e sim como o mosaico da rede mundial (world-wide web), com alternativas e opções, parecendo espalhar-se infinitamente. Assim, somos ensinados a valorizar experiências variadas, entendendo cada uma como um enriquecimento para a outra.

Nós, pastores, precisamos estabelecer um modelo diferente em nossas igrejas. Precisamos ensinar-lhes que compromisso é bom, quer seja para com nosso casamento, família e nossa fé, ou nossa igreja e nossa vizinhança. É sob a luz de tais compromissos a longo prazo (não pensando em termos de meses, mas de décadas) que podemos ajudar nossa igreja a encontrar suas prioridades certas.

Como um pastor, seu maior poder de ajudar sua congregação a mudar não vem da força de sua personalidade, mas através de anos de ensino fiel e paciente. Mudanças que não acontecem neste ano podem vir no ano seguinte, ou em dez anos.

Para este fim, escolha suas batalhas com sabedoria, cuidadosamente, priorizando uma mudança necessária após a outra. Quais mudanças escolhidas são as mais necessárias e mais urgentes? Qual delas pode esperar? Falando de modo geral, os pastores precisam aprender a pensar de uma maneira madura e a longo prazo.

Pastorados longos também ajudam o pastor. Eles o impedem de se tornar um portador de novas ideias, colocando-as em prática por dois ou três anos e, depois desse tempo, ter de mudar-se para colocá-las em prática em outro lugar. Geralmente, quanto mais tempo ficamos, mais realistas temos de ser - e isso é bom para nossa própria alma e para aqueles a quem servimos.

A chave para uma mudança é ficar em uma igreja o tempo suficiente para ensinar a congregação. Se você não planeja ficar, então tenha cuidado antes de começar algo que o próximo pastor terá de terminar. Não deixe a congregação tornar-se insensível com você ou com o seu sucessor, ou mesmo contra a mudança necessária.

Quando eu era um jovem seminarista, adotei três clérigos anglicanos, de Cambridge, como meus modelos. Todos tinham ministérios onde pregavam expositivamente em seus púlpitos, durante muitos anos - Richard Sibbes (em Cambridge e Londres, por 30 anos), Charles Simeon (em Cambridge, por mais de 50 anos), e John Stott (em Londres, por mais de 50 anos). Pela graça de Deus, estes três pastores construíram as igrejas onde serviam, e tiveram efeito sobre a emergente geração ministerial, mediante sua longa fidelidade.

Ame para mudar

Para desejar as mudanças corretas, ensinar sobre elas, e ficar tempo suficiente, você tem de amar. Você tem de amar o Senhor e amar o povo que Ele lhe confiou.

Clemente de Roma disse: "Cristo pertence aos humildes de coração, e não àqueles que se exaltam sobre o seu rebanho". Do amor procede o cuidado paciente que, continuamente, dirige a congregação para a Palavra de Deus.

Jonathan Edwards não foi um pastor menos fiel somente porque sua congregação o demitiu. Alguns de nós tivemos pastorados curtos e fiéis. Mas este tipo de pastorado não é minha preocupação aqui. Com este breve artigo, simplesmente tentei levantar em sua mente algumas ideias de como você pode - ensinando, permanecendo e amando - levar sua congregação à mudança bíblica.


O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de dúvidas, faça contato com a Editora Fiel. 

- Sobre o autor: Mark Dever é pastor da Igreja Batista de Capitol Hill, no distrito de Washington; fundador do ministério 9Marcas e um dos organizadores do ministério Juntos Pelo Evangelho; conferencista internacional e autor de vários livros, incluindo os livros "Nove Marcas de Uma Igreja Saudável","Refletindo a Glória de Deus" e "Deliberadamente Igreja", todos publicados em português pela Editora FIEL.
Fonte: Editora Fiel

terça-feira, 28 de agosto de 2012

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

O Amor e a Ira de Deus 
 Salmos 136:15-20
Os pensamentos e as maneiras de Deus são superiores ao entendimento do homem (Jó 33:12; Isa 55:8,9; I Cor 1:25; I João 3:20). Entrando no assunto do amor e da ira de Deus encontramo-nos diante de imensos conceitos divinos que são insondáveis chegando a ser inescrutáveis (não pode ser medido) (Rom 11:33-36; Sal 77:19). O amor de Deus em Cristo “excede todo o entendimento” (Efés 3:19) e sobre a ira de Deus a Bíblia diz, “quem parará diante do seu furor, e quem persistirá diante do ardor da sua ira?” (Naum 1:6). A Bíblia declara que Deus é amor (I João 4:8,16) e com a mesma ênfase declara que Deus é fogo consumidor (Deut 4:24; Heb 12:29). Por não sermos como Deus (Sal 50:21; I Sam 16:7; Num 23:19) quando procuramos entender Seus atributos, por necessidade, isso requer fé e temor.
A Bíblia declara que Deus é Espírito (João 4:24), luz (I João 1:5) e amor (I João 4:8,16). Por Deus ser o que é, todos os atributos da divindade são influenciados e equilibrados. Nenhum atributo pode ser separado dos demais. Portanto, é necessário estudarmos cada atributo a luz dos outros. Para entendermos o equilíbrio entre o amor e a ira de Deus, temos que estudar cada um. A forma como os atributos se mesclam será vista uma vez que entendamos cada um separadamente.

O Amor de Deus
1. Não é influenciado (Deut 7:7,8; II Tim 1:9). Dizer que o amor de Deus não é influenciado significa que nada nos amados atraiu o amor expressado por Deus. O amor de Deus é livre, espontâneo e sem algo nos sujeitos que O faça amá-los (I João 4:10,19).
2. É eterno (Jer 31:3; Efés 1:4,5). E por Deus ser um Ser eterno, Seu amor também é eterno. Isso conforta os amados, pois não tendo começo, não terá fim (Sal 90:2).
3. É soberano (Rom 9:15; Deut 32:39). Por Deus ser um Ser soberano Seu amor também o é. Na verdade Deus não tem obrigação para com ninguém (Rom 9:20,21; Dan 4:35). Se Deus, em todo o demais, opera segundo o beneplácito da Sua vontade (Efés 1:11), Ele opera com o Seu amor de igual forma (Rom 9:13; Efés 1:4,5).
4. É infinito (Efés 3:19). Deus é infinito na Sua natureza e só pode refletir tal atributo em Suas outras qualidades. As Escrituras Sagradas, dadas pela inspiração, têm dificuldade, pela limitação da linguagem por escrito, ao expressar todo o amor de Deus. Palavras como “tal” (João 3:16) e “muito” (Efés 2:4) são usadas na comunicação até o ponto em que a linguagem escrita pode expressar o amor infinito de Deus. É necessário fé para que se possa conhecer Deus pois as Suas qualidades são superiores ao entendimento finito do homem (Sal 147:5). Para ter um exemplo do amor infinito de Deus considera-se a quem tal amor é estendido (Rom 5:8).
5. É imutável (Cantares de Salomão 8:6,7). Por Deus ser imutável (Tiago 1:17), os Seus atributos também o são. O exemplo da imutabilidade do Seu amor é visto por nada poder separá-LO dos Seus amados (Rom 8:35-39).
6. É Santo (Rom 5:21). Deus é santo na Sua pessoa (Lev 11:44; I Sam 2:2), em todas as Suas obras (Sal 145:17) e por necessidade isso inclui o Seu amor. O amor de Deus não é subordinado à paixão ou qualquer outro sentimento, mas pela santidade. A Bíblia diz primeiramente que Deus é Luz (I João 1:5) e após diz que Deus também é amor (I João 4:8,16). A santidade é quem faz o amor de Deus temível. Por Sua santidade o crente é corrigido (Heb 12:5) e o ímpio é castigado (Êx. 34:7; Apoc 20:12-15).
7. É gracioso (João 3:16; I João 4:9). O amor pede uma expressão, e, a sua expressão é favor ou graça. Essa expressão da graça vê-se quando entendemos o alvo do amor e o resultado de tal amor (Rom 8:35-39). A maior expressão do amor de Deus é Cristo (I João 4:9). Por ter dado Cristo sabemos que Ele não deixará faltar algo para os Seus (Rom 8:32).
A importância desse amor não é vista apenas na salvação do pecador. Os santos se reconhecem pelo amor (I João 4:7,8,12,16,20,21). A obediência é estimulada pelo amor (João 14:15; 15:9-14). No dia do juízo teremos confiança devido ao amor (I João 4:17,18), pelo qual somos aperfeiçoados (I João 4:18).

A Ira de Deus
 
O amor de Deus e a Sua ira freqüentemente andam juntos (Num 14:18; Rom 11:22; Heb 12:5) e verdadeiramente a ira de Deus é uma expressão do Seu amor (Sal 136:14-21). Se Deus não tivesse ira os Seus atributos seriam falhos. Se não houvesse a ira de Deus, Ele seria indiferente ao pecado, mostraria uma ausência de morais e aceitaria tolices e corrupção. Por Deus ser puro, necessariamente, Ele precisa odiar o que é impuro (A. W. Pink).
Não é apenas Deus quem se ira em conseqüência do Seu amor, mas o homem também faz dessa maneira (Prov 13:24).
Uma definição da ira de Deus é a Sua santidade contra o pecado (Num 14:18). A própria ira de Deus testifica a Sua santidade (Sal 89:35 - por Ele jurar na Sua santidade, os inimigos de Davi foram castigados; Sal 95:11 - por Deus ser santo, os desobedientes à Sua Palavra foram mortos no deserto). O amor de Cristo é descrito sendo além de todo o entendimento (Efés 3:19), mas a Sua ira é derramada na tribulação (Apoc 6:16).

Benefícios da Ira de Deus
1. Revela a imundícia do pecado. Devido a hediondez do próprio pecado o eterno Deus crucificou o Seu unigênito e amado Jesus Cristo (Rom 5:8).
2. Provoca o crescimento no temor a Deus (Luc 12:5; Heb 12:28,29).
3. Incita louvor a justiça de Deus (I Tess 1:10; Apoc 19:11).
4. Estimula a evangelização aos que estão sem Cristo (II Cor 5:11).
5. Confirma a fé dos justos (Sal 58:10,11).
6. Traz glória a Deus por intermédio de Jesus Cristo (Fil. 2:0,11).
Deus opera todas as coisas com a finalidade de receber toda a glória (Rom 11:36). A redenção traz glória a Deus através de Jesus Cristo. Só precisaria redenção se houvesse um preço a ser pago pelo pecado. Em Jesus Cristo a justiça e a paz se beijaram (Sal 85:10) com Deus derramando toda a Sua justa ira sobre Quem amava mais.
Você está glorificando a Deus por Jesus Cristo? Se você não está glorificando a Deus por Cristo, glorificará pela ira de Deus sendo derramada sobre a sua alma pela eternidade.
Conheça a benção de glorificar a Deus pela vida e não pela morte.
Bibliografia
Bíblia Sagrada, Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, São Paulo, 1/94
Pink, A. W., Atributos de Deus, Publicações Evangélicas Selecionadas, São Paulo
Preparado pelo:
Pastor Calvin G. Gardner
Rua Santa Cruz das Palmeiras, 333
15.800-000 Catanduva, São Paulo
Fone (017) 523-2675
WBTBrazil@usa.net

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Uma breve biografia de Jonathan Edwards

Por que, 300 anos depois, precisamos de Jonathan Edwards? John Piper em sua pregação “Uma Visão de Deus Exaltado sobre Todas as Coisa” afirma que é exatamente de uma visão de Deus exaltado sobre todas as coisas que precisamos. Mark  Noll escreve:
“A piedade de Edwards continuou na tradição revivalista, sua teologia continuou no calvinismo acadêmico, mas não houve sucessores para sua cosmovisão de Deus exaltado sobre todas as coisas. O desaparecimento da perspectiva de Edwards na história cristã da América tem sido uma tragédia.” [1]
É por isso que quero convidar você, leitor, a conhecer mais sobre esse herói da fé. Abaixo segue um trecho do artigo “Afetos da razão: um estudo sobre mente, afetos e vontade em Jonathan Edwards“ de Tiago Santos (nosso editor chefe).
[1] Mark Noll, “Jonathan Edwards, Moral Philosophy, and the Secularization of American Christian Thought,” Reformed Journal (Fevereiro 1983): 26.

A vida de Edwards (Tiago Santos)

Jonathan Edwards nasceu em East Windsor, Connectcut, no dia 5 de outubro de 1703 e faleceu aos 54 anos, em 22 de março de 1758, vítima de varíola, contraída após haver se voluntariado para ser inoculado com o vírus, para o desenvolvimento de uma vacina.
Filho de Timothy Edwards e Esther Stoddard Edwards, Jonathan era o único menino numa família de 11 filhos. Seu pai, Timothy, obteve sua graduação em Harvard (1691), serviu por um tempo (1711) como capelão no Canadá durante o conflito entre a França e o Reino unido e exerceu todo seu ministério pastoral em East Windsor (1694-1758). Timothy foi um pai amoroso e um educador meticuloso – ensinou Edwards e outras crianças o latim, o grego, e disciplinas bíblicas e religiosas. Esther Stoddard, mãe de Edwards, era uma mulher “afável e gentil”4,  ela viveu até os 98 anos de idade, e foi considerada “discreta, elegante e afável (…) apreciava os livros e conhecia bem os escritos teológicos”.5  Seu avô foi o famoso pastor Solomon Stoddard, considerado um dos pregadores mais influentes de seu tempo, na Nova Inglaterra.6
Edwards recebeu sua educação no “Collegiate School of Connecticut” (que receberia, mais adiante, o nome de seu benfeitor, Elihu “Yale”), em New Heaven a partir de 1716, com a idade de 13 anos. Durante os quatro anos em que lá permaneceu, Edwards aprendeu as seguintes disciplinas: Grego, Hebraico e Latim, no primeiro ano; lógica, no segundo; ciências naturais e humanas (gramática, retórica, história, astronomia, metafísica, ética, astronomia e geometria) no terceiro e quarto anos .7 Em seguida, Edwards ingressou no curso de mestrado que duraria mais dois anos.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

[ENCARNAÇÃO] Ronald Hanko - A Natureza Humana Sem Pecado de Cristo


Já apresentamos as duas primeiras verdades que precisam ser cridas sobre a natureza humana de Cristo. Olhamos para os ensinos maravilhosos que ele tinha uma natureza humana real e completa. Agora nos voltaremos para a importante verdade que Cristo tinha uma natureza humana sem pecado.

Que ele não tinha pecado é ensinado mui claramente em Hebreus 4:15. Isso é ensinado também em Isaías 53:9, Lucas 1:35 e 2 Coríntios 5:21. Contudo, Hebreus 4:15 levanta a questão se Cristo era capaz de pecar, visto que foi tentado como nós em todas as coisas. Em outras palavras, a impecabilidade de Cristo significa apenas que ele não pecou, ou que ele não poderia pecar?

Alguns têm dito que as tentações de Cristo poderiam ser reais somente se fosse possível para ele pecar em sua natureza humana. Que ele não pecou é devido apenas ao fato dele ser Deus também. Em face de tal ensino, devemos enfatizar a verdade que não era possível que ele pecasse. Devemos lembrar que não é uma natureza que peca, mas uma pessoa, e Cristo é uma pessoa somente, o Filho de Deus. Como uma pessoa divina, ele não poderia pecar. Dizer que era possível que ele pecasse em sua natureza humana é dizer que Deus poderia pecar, pois pessoalmente, mesmo em nossa natureza humana, ele é o Filho eterno de Deus. Essa, cremos, é uma das verdades ensinadas em 2 Coríntios 5:21, que diz que ele não conheceu pecado, e em Hebreus 7:26, que diz que ele era “santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores”.

Que Cristo não tinha pecado significa que ele não tinha o pecado original, o pecado que temos de Adão (Rm. 5:12). Nesse respeito, também, ele era imaculado. O nascimento virginal de Jesus e o fato que Deus era seu Pai, também o Pai de sua natureza humana, garantiu que dentre todos os descendentes de Adão, Cristo somente nasceu puro e santo.

Ele não somente não tinha o pecado original; ele também não tinha nenhum pecado real. Durante toda a sua vida, desde o tempo quando nasceu, Cristo nunca quebrou os mandamentos de Deus, nunca errou (nem infinitesimamente), e nunca falou uma palavra frívola que não glorificasse a Deus. Ele era perfeito!

Em suma, portanto, sua impecabilidade significa que ele não tinha o pecado original, nem qualquer pecado real e não tinha a possibilidade de pecar. Isso, como Hebreus nos diz, é a razão dele poder ser nosso Salvador.

Como alguém sem pecado, ele não precisava oferecer sacrifício primeiro pelos seus próprios pecados, mas foi capaz de oferecer em nosso favor um sacrifício perfeito (Hb. 7:27). Portanto, ele pôde se fazer pecado em nosso lugar, para que pudéssemos ser feitos a justiça de Deus nele (2Co. 5:21).

A impecabilidade de Cristo, então, é a garantia que sua justiça é perfeita, e que ela é nossa. Tudo o que ele mereceu por sua morte ele não precisava para si mesmo; ele adquiriu para nós, que estávamos em tão grande necessidade.